quinta-feira, 29 de julho de 2010

A participação do esporte na inclusão social e na educação



Não estava programado escrever nada hoje, mas estava assistindo o RJ TV agora e uma reportagem me deixou um pouco intrigado. Um garoto de 14 anos, campeão daquela corrida com barreiras, ía disputar a etapa NACIONAL pela escola e a diretora não quis assinar o cadastro que precisa da autorização dela.


Num primeiro momento falaram que ele estava mal na escola e era esse o motivo. Depois a diretora falou que a posição da escola era de não disputar essa olimpíada e, pra piorar, a secretaria de educação disse que aprova a decisão da diretora de não deixar o garoto competir.



O que essas mentes retrógradas pensam? Vamos pensar um pouco.. as escolas públicas daqui do RJ estão longe de ser as melhores do país, o ensino é horrível e talvez a chance do garoto ter alguma coisa na vida seja essa. A inclusão social que o esporte exerce é muito importante e, em certos casos, talvez seja a saída pra uma vida melhor.

Claro que não se pode deixar de lado a escola, as notas e tudo mais, porém com o ensino do jeito que está, sem o esporte talvez ele não tenha muita escolha num futuro próximo. Mesmo que termine a escola, que passe até com notas consideráveis, o que não é muito difícil de fazer numa escola pública (sim, fiz ensino médio em uma), passar num vestibular não é tarefa das mais fáceis. Todos sabemos que para passar muitos fazem cursinhos caríssimos, estudam o ano todo, todos os dias. Mas temos que aceitar que nem todos são iguais, uns ganham a vida pelos estudos, fazendo faculdade e tudo mais, e outros por uma invenção bem bolada, por uma idéia no momento certo, por um 'padrinho' forte ou, simplesmente, pelo esporte.

Quem mora aqui sabe que a realidade de muito menino de de comunidade carente é entrar pro tráfico, talvez nem pelo aparente poder, mas pra ajudar em casa mesmo, poder comprar o que sempre quis ou por achar ser a única chance dele. E o pior de tudo é que realmente essa seja a única saída de muitos. Só queria dizer que reprovo totalmente a atitude da diretora de impedir o garoto (e todos os outros), de fazer o que ele sabe, e sabe bem, por idéias retrógradas e sem sentido. Queria saber a opinião de vocês também.


ATUALIZADO EM 30/07/10 ÀS 20:40


A Secretaria Municipal de Educação permitiu, nessa tarde, que o garoto competisse, com a condição de que ele, a avó e o treinador assinassem um termo de compromisso em relação a produtividade escolar. É, agora é com ele. Desejo uma boa sorte, que volte com a medalha no peito e passe em história, que é a matéria que ele disse que não consegue passar. ;p

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